No dia 18 de junho de 2013, Michael Hastings morreu em um acidente de carro em Los Angeles, cidade onde morava. O jornalista de 33 anos era conhecido por suas reportagens investigativas ousadas que levaram à demissão de um general norte-americano em 2010 e expuseram a negligência da administração Obama em relação à guerra no Afeganistão.

Mas a morte de Hastings foi tão misteriosa quanto suas reportagens. Testemunhas relataram que o carro do jornalista, um Mercedes Benz C250, estava em chamas antes de bater em uma palmeira, o que levou a especulações de que o automóvel teria sido hackeado. A polícia de Los Angeles declarou que o acidente teria sido causado pelo excesso de velocidade, mas peritos independentes afirmam que o dano causado ao veículo é incompatível com uma colisão de alta velocidade.

Desde então, uma série de teorias conspiratórias surgiram em torno da morte de Hastings. Alguns especulam que ele poderia ter sido assassinado por suas reportagens investigativas; outros acreditam que o governo dos Estados Unidos ordenou sua morte por considerá-lo uma ameaça à segurança nacional. A própria viúva de Hastings afirmou que seu marido estava trabalhando em uma reportagem que seria uma bomba atômica.

Independentemente da causa da morte de Hastings, sua partida prematura deixou uma lacuna no jornalismo investigativo contemporâneo. Seu estilo audacioso de reportagem, que expunha as entranhas do poder e a corrupção institucionalizada, inspirou inúmeros jovens jornalistas a seguirem seus passos. Sua ausência é sentida em um momento em que a mídia tradicional é cada vez mais criticada por sua complacência com o status quo e sua relutância em expor as verdades incômodas.

Em seu livro The Operators, lançado em 2012, Hastings alertou para o fato de que jornalismo diminuiu em qualidade e foco por causa da crescente obsessão com a opinião e entretenimento. Ele defendeu a importância do jornalismo investigativo como um contrapeso crítico ao poder estabelecido e um instrumento para aprimorar a democracia.

Neste contexto, a morte prematura de Hastings serve como um lembrete da importância de continuar a luta por um jornalismo livre e independente que desafie as narrativas dominantes e revele as verdades desconcertantes. Como disse Hastings em um discurso de formatura em 2012: faça perguntas difíceis, siga a trilha do dinheiro, nunca aceite evasivas, nunca dê a última palavra, verifique tudo duas vezes. Para os jornalistas comprometidos com a verdade, essa é a herança de Michael Hastings.